
ACREDITAR e AGIR
24/06/2012 20:00Há um conto antigo que relata que um viajante caminhava pelas margens de um grande lago e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro. O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro, a palavra agir. Não podendo conter a curiosidade, o homem perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos. O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante. Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem. Então o barqueiro, com muita sabedoria, disse ao viajante: ‘Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir. Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade - agir e acreditar.
Se os dois remos devem ser utilizados ao mesmo tempo é porque entra em jogo uma terceira palavra: relação. Nosso bem estar, no dia a dia, não depende apenas do acreditar e agir, mas também das nossas relações. Como é difícil fazer-se entender, fazer compreender! Seguidamente me defronto com situações em que houve falha na compreensão – não disse nada do que a pessoa assimilou. Como pode? Pode sim, cada indivíduo tem suas experiências, suas leituras, seus conhecimentos, que não são os meus, e é a partir deles que interpreta. Há uma palavra que determina o sucesso de qualquer relacionamento, um elemento sem o qual duas pessoas jamais poderiam conviver adequadamente: cooperação. Uma relação exige cuidados e muitas vezes eles incluem a abdicação voluntária do Eu para a melhor manutenção do Nós, que poderá ser o melhor a longo prazo. Os dois remos do relacionamento chamam-se EU e TU – o barco chama-se NÓS. O benefício principal dessa abordagem é que, uma vez visualizados seus efeitos, os indivíduos a percebem como melhor opção e se sentem confiantes para continuar empregando-a, de modo a prolongar os benefícios. Acredite, aja e coopere no relacionamento.
Prof. Romério Gaspar Schrammel
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